Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar. Esopo

Roteiro de Atividades de Educação Emocional e Social para crianças de 3 a 6 anos

Siga nossas Redes Sociais

  • Objetivos

1.Desenvolver a consciência emocional.

  • a.Identificar as sensações físicas e corporais agradáveis e desagradáveis;

  • b.Identificar suas emoções e seus sentimentos (com destaque para alegria, tristeza, raiva e medo);

  • c.Nomear suas emoções e seus sentimentos (com destaque para alegria, tristeza, raiva e medo);

  • d.Compreender e identificar a relação que existe entre emoção e comportamento.

2.Desenvolver a regulação emocional.

  • a.Aprender várias estratégias para se acalmar (regular as emoções);

  • b.Utilizar as estratégias aprendidas no dia a dia para se acalmar e agir de forma menos impulsiva;

  • c.Desenvolver tolerância à frustração;

  • d.Aprender a autogerar emoções positivas;

  • e.Aprender a pedir ajuda.

3.Desenvolver a autoestima.

  • a.Ampliar a autoconsciência;

  • b.Elaborar uma imagem positiva de si mesmo;

  • c.Manter boas relações consigo;

  • d.Desenvolver o autocuidado como uma forma de responsabilidade consigo e com o outro;

  • e.Desenvolver a responsabilidade e a automotivação para o alcance de metas.

Orientações aos educadores e cuidadores

               Sabemos que adultos são exemplo para as crianças. Por isso, a seguir, apresentamos uma série de recomendações para que você, educador, tendo suas competências socioemocionais desenvolvidas, possa ser um exemplo ainda mais consistente às crianças do seu entorno, sejam elas alunos, filhos, sobrinhos, netos etc.

  •  Permitir que as crianças expressem, sem proibições, as emoções que sentem. Por exemplo, meninos e meninas têm direito a expressar sua tristeza. Por isso, não se deve dizer: “Não chore”, mas sim: “se você precisar chorar, chore”. O choro é uma forma de pedir ajuda. No bebê pode significar que precisa ser trocado, que quer colo, que tem fome, sente dor, irritabilidade ou simplesmente um “me deixa em paz”. Algumas formas que usamos para reprimir as emoções são: “Não chore!”, “Que bobagem”, “Já vai passar, não é nada” ou “Menino não chora”.

  •  Permitir que, a criança se engane, que cometa equívocos, e assim aprenda a ser mais autônoma emocionalmente. Desta forma, cada vez mais, a criança irá compreender suas emoções e tomar consciência de seus sentimentos, necessitando menos do adulto para se acalmar e para entender o que se passa com ela.

  •  Acolher as emoções desconfortáveis, pois para uma boa aprendizagem emocional temos que conviver com as emoções agradáveis e também com as desagradáveis. Sentir medo, angústia, culpa, vergonha é tão importante quanto sentir alegria, felicidade, amor ou carinho. Tanto umas quanto as outras oferecem informações sobre o estado emocional de cada um e nos permitirão desenvolver recursos para lidar com elas da forma mais adequada (aquela que nos traz mais bem-estar no dia a dia).

  • Ensinar a criança a reconhecer suas próprias emoções para que possa reconhecer as dos outros.

  • Ensinar as crianças a nomear suas emoções e a expressá-las.

  • Mostrar que a emoção também é expressa pelo corpo e por palavras. Por exemplo, a alegria pode ser demonstrada por um sorriso juntamente com uma mensagem verbal: “Estou contente!”.

  • Fazer com que a criança se sinta valorizada e realizada, e mostrar que suas necessidades são consideradas.

  • Permitir que a criança se familiarize com recursos que favoreçam o bem-estar. Por exemplo, fazer massagem para relaxar, cantar, dançar etc.

  • Garantir espaços de convivência para que a criança tenha relações sociais saudáveis, desde muito cedo. Isto pode ser facilitado com o uso de jogos, canções, contação de histórias, parlendas, brincadeiras.

  • Facilitar a participação e colaboração da família na escola. Família e escola devem andar de mãos dadas, contribuindo conjuntamente para o desenvolvimento da criança.

  • Fazer com que a criança compreenda que uma emoção não deve determinar um comportamento, visto que pode ser regulada. Por exemplo, não é preciso brigar se estamos com raiva. Nada há de errado em sentir raiva, mas em vez de se entregar a uma situação ainda mais desagradável, podemos identificar a emoção e escolher nos preservar, por exemplo, não sendo impulsivos, nos acalmando e conversando com tranquilidade com aquele que nos causou a raiva.

  • Favorecer a aprendizagem e desenvolvimento da empatia. O adulto facilita que a criança leve em consideração o outro em seu processo de aprendizagem, respeitando pontos de vista, emoções e sentimentos dos demais. Isto contribuirá para uma melhor convivência e relação com o outro. Uma forma de colocar isto em prática é dizendo algo como:

  • “Como você se sentiria se pegassem seu brinquedo?” (Identificar emoções);

  • “Ele está triste porque você pegou o brinquedo dele.” (Compreender o outro);

  • •“Você precisa pedir antes de pegar o brinquedo dele.” (Regras de convivência).

Conhecendo as Emoções

Introdução à Consciência Emocional

Idade Experiência / Reconhecimento

0 – 12 meses – Experiência de emoções básicas.

6 – 12 meses = Reconhecimento da expressão de emoções básicas do cuidador.

18 meses, 2 anos – Experiências de emoções secundárias (vergonha, inveja, ciúme etc.).

2 – 3 anos – Nomeação das emoções básicas.

2 – 4 anos – Reconhecimento dos próprios estados emocionais.

4 – 5 anos – Reconhecimento dos ativadores das emoções básicas sentidas por si mesmo.

6 – 7 anos – Reconhecimento e discriminação das emoções próprias e alheias.

7 ano     Conhecimento totalmente estabelecido das próprias emoções e das dos outros.

Semanas 1 e 2

Eu sinto

Tapete das Sensações

Objetivos:

  • Explorar os cinco sentidos;

  • Fazer com que as crianças prestem atenção às sensações que sentem no dia a dia;

  • Trabalhar com as crianças a noção de agradável e desagradável com relação ao que sentem;

  • Compreender que podemos transformar uma sensação desagradável em uma agradável.

RECURSOS

É importante que o tapete seja composto por várias texturas.

Sugestões:

•Macias: feltro, algodão, lã, espuma, tecidos;

•Ásperas: lixa, sisal, areia;

•Lisas: papel celofane, sacolinha plástica, botões de plástico, bolinha de gude.

PROCEDIMENTOS

•Convide as crianças a explorarem o tapete. Primeiro, ajude-as a caminhar sobre ele. Depois, a explorá-lo com as mãos.

•Uma por uma, passe suas mãozinhas sobre as várias texturas com calma, para que possam usufruir daquela sensação.

•Após cada textura, pergunte: “Você gostou desta sensação? Foi agradável?”. Ou, “Você não gostou? Foi desagradável?”. E nomeie as texturas, diga, por exemplo, “esta sensação é de áspero”.

•Quando todos passarem pelo tapete, reflita sobre a atividade dizendo que algumas coisas gostamos de sentir, são agradáveis, e outras não gostamos, porque são desagradáveis. Por exemplo, quem achou o algodão gostoso? (Per mita que se manifestem). E a lixa? É agradável ou não? (Permita que se manifestem).

•Mostre para as crianças que às vezes gostamos de algumas coisas e de outras não. Pontue também que as pessoas são diferentes. Por exemplo, pode ser que algumas crianças achem a lixa desagradável, enquanto outros irão gostar da sensação;

•Finalize a atividade convidando a todos para andar novamente sobre o tapete, porém, desta vez, quando não gostarem de alguma sensação podem pulá-la.

SUGESTÕES

• As crianças de 4 e 5 anos podem construir seu próprio tapete sensorial; Neste caso, as orientações e reflexões descritas em Procedimentos devem ser realizadas durante a confecção;

• O tapete produzido por elas pode ser utilizado para o trabalho das sensações com as crianças de 2 a 3 anos. Assim, trabalha-se também o desenvolvimento da autoestima  e da cooperação, visto que seu trabalho será valorizado por promover uma boa experiência para os colegas da escola.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Jogo da Memória das Sensações e Emoções da Metodologia Liga Pela Paz

  • Para as crianças de 2 e 3 anos, você pode separar as peças que representam apenas as sensações, retirando as que representam emoções. Assim, o jogo contará com um menor número de peças, tornando-se mais acessível a essa faixa etária. As crianças podem brincar com este jogo sempre que desejarem e que você julgar adequado. À medida que o jogo for se tornando fácil pela prática das crianças, acrescente as peças retiradas.

Passeio das Sensações

  • Fazer um passeio pela escola, explorando o tato, o olfato, a visão e a audição. Para a brincadeira ficar mais interativa, permita que as crianças escolham os lugares por onde desejam passear. A cada lugar visitado, auxilie-as indicando os materiais para que possam olhar, apalpar, sentir os cheiros e ouvir os barulhos, por exemplo, livros, plantinhas, brinquedos etc. Também ajude-as a identificar se as sensações que tiveram foram agradáveis ou desagradáveis, perguntando se elas gostam ou não dos estímulos sensoriais que estão experimentando.

Piquenique

  • Para explorar o paladar, faça um piquenique. Com antecedência, peça para que cada criança traga um alimento diferente de casa em uma quantidade suficiente para todos experimentarem, se possível. Se sua turma for muito grande, divida os alunos e peça para que cada grupo traga um mesmo alimento. Durante o piquenique, oriente que as crianças primeiramente olhem para os alimentos, depois entrem numa experiência sensorial com ele (tocando, sentindo sua textura, cheirando, encostando os lábios) e, finalmente, oriente-os para que comam devagar, prestando atenção nos sabores dos alimentos. Diga o nome do sabor do alimento que estão comendo; Caso o piquenique não seja possível, leve frutas não usuais ao contexto das crianças para que a turma toda experimente e apresente suas impressões sobre ela. Por exemplo, uma jaca, morangos, umbu.

Os Sabores do Limão

Para trabalhar a transformação de uma sensação desagradável em uma agradável, faça uma aula de experimentação do limão:

  • Dê um pedaço de limão puro para cada uma das crianças experimentar. Pergunte o que elas acham do sabor do limão, se estão gostando ou não. Explique que aquele sabor chama “azedo”;

  • Você pode tirar foto ou filmar a expressão facial que fizeram para que elas se vejam depois;

  • Depois do limão puro, faça com as crianças um suco de limão bem docinho. É importante que elas participem da elaboração do suco para que possam ver que a partir do mesmo limão azedo também pode-se chegar ao doce, mas para isto precisamos de uma ajuda de outro elemento: o açúcar. (Em situações da impossibilidade de utilizar o açúcar, pode-se misturar outras frutas ao suco de limão para chegar ao sabor mais doce.);

  • Dê um pouco de suco para cada uma delas. Pergunte se gostaram do suco e explique que aquele sabor é o doce e que, colocando açúcar, transformamos algo que pode ter sido desagradável para algumas delas em agradável. Também é interessante fotografar a expressão facial que fizerem ao experimentar o suco;

  • Por mais que a grande maioria das crianças prefira o sabor doce ao azedo, pode ser que em sua turma alguém não goste do doce e prefira o azedo, ou não goste de nenhum, ou, ainda, goste dos dois. Não há problema, é um ótimo momento para reforçar que somos diferentes, com preferências diferentes;

  • Para finalizar esta atividade, você pode fazer uma apresentação com as fotos das expressões faciais experimentando doce e azedo lado a lado. Coloque cada criança, com sua expressão, em um slide, assim, elas poderão se identificar e se divertir com a apresentação das imagens;

  • Para tornar o momento ainda mais divertido, a cada foto, peça para que todos observem como estão as sobrancelhas, os olhos, o nariz e a boca da criança apresentada e convide todos a imitá-la. Além de gerar boas risadas, começamos a trabalhar com o rosto, expressões e sentimentos.

Este post tem 2 comentários

  1. Ana Paua

    Excelente material!

  2. IZABEL

    Show de bola ♥️

Deixe um comentário