Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar. Esopo

Relatório descritivo para alunos com TDAH

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mODELO DE RELATÓRIO

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXX  é aluno frequente no segundo período da educação infantil, nesta instituição de ensino.

No decorrer dos bimestres, foi possível observar o quanto o aluno é inteligente e capaz, porém, tem resistência em realizar as atividades junto com os colegas, desvia facilmente sua atenção do que está fazendo, não consegue parar e fixar seu olhar no professor, na hora da explicação, quando recebe um pequeno estímulo já demonstra total desinteresse.  Tem dificuldade em prestar atenção à fala dos outros. Numa conversa com outra pessoa tende a captar apenas” pedaços” soltos do assunto.

Demonstra inquietude e hiperatividade em alguns momentos. Possui desorganização cotidiana. Tende a perder objetos, a interromper a fala do outro. No meio de uma conversa lembra de algo e fala sem esperar o outro completar seu raciocínio. Dificuldade de permanecer em atividades obrigatórias de longa duração.  Dificuldade em permanecer sentado por muito tempo. Costuma mexer-se o tempo todo na tentativa de permanecer em seu lugar. Está sempre mexendo com os pés ou as mãos.

Tem o seu momento, e para fazer as tarefas, precisa de apoio, para que as façam, mesmo sabendo. Quando quer algo não consegue esperar, se lança impulsivamente numa tarefa, tende a se frustrar e desanimar facilmente. Quando consegue terminar, cobra uma recompensa.

Baixa tolerância à frustração. Seu humor muda do nada, não gosta de ouvir a palavra (não), caso queira fazer outra coisa antes das obrigações escolares, se irrita e não aceita. Tendência a não seguir regras ou normas preestabelecidas. Seu comportamento e humor também oscila bastante, hiper-reatividade. Prefere brincar sozinho, não interage muito nas atividades lúdicas, pois, todas as brincadeiras têm que ser do jeito dele, como ele quer.

Tendência a culpar os outros. Às vezes, faz algo errado fica nervoso, altera a voz dizendo que não foi ele, ou foi porque alguém fez primeiro. Sabe expressar suas ideias, com coerência e clareza. Como mencionado quanto ao aspecto cognitivo, a criança não apresenta dificuldades de aprendizagem.

 

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BASE PARA NOVOS RELATÓRIOS

Ao ler a lista a seguir, considere a frequência e a intensidade com as quais as situações ocorrem e pense na
possibilidade de caracterizar um funcionamento TDAH se, pelo menos, trinta e cinco das opções forem
positivas. Cabe destacar, ainda, que a lista foi subdividida em quatro grandes grupos para enfatizar
situações decorrentes dos sintomas primários do DDA (desatenção, hiperatividade e impulsividade), bem
como situações secundárias, ou seja, aquelas que quase sempre aparecerão como consequência do próprio
”desgaste” do cérebro DDA e das dificuldades crônicas enfrentadas por essas pessoas nos diversos setores
de suas vidas afetiva/ familiar, social e profissional.

1° Grupo: Instabilidade da atenção

1. Desvia facilmente sua atenção do que está fazendo, quando recebe um pequeno estímulo. Um assobio do
vizinho é suficiente para interromper uma leitura.
2. Tem dificuldade em prestar atenção à fala dos outros. Numa conversa com outra pessoa tende a captar
apenas ”pedaços” soltos do assunto.
3. Desorganização cotidiana. Tende a perder objetos (chaves, celular, canetas, papéis), atrasar-se ou faltar
a compromissos, esquecer o dia de pagamento das contas (luz, gás, telefone, seguro).
4. Freqüentemente apresenta ”brancos” durante uma conversa. A pessoa está explicando um assunto e no
meio da fala esquece o que ia dizer.
5. Tendência a interromper a fala do outro. No meio de uma conversa lembra de algo e fala sem esperar o
outro completar seu raciocínio.
6. Costuma cometer erros de fala, leitura ou escrita. Esquece uma palavra no meio de uma frase ou
pronuncia errado palavras longas como ”cineangiocoronariografia”.
7. Presença de hiperfoco (concentração intensa em um único assunto num determinado período).
Pode ficar horas a fio no computador sem se dar conta do que acontece ao seu redor.8. Dificuldade de permanecer em atividades obrigatórias de longa duração. Participar como ouvinte de uma
palestra em que o tema não seja motivo de grande interesse e não o faça entrar em hiperfoco.
9. Interrompe tarefas no meio.

2° Grupo: Hiperatividade física e/ou mental

10. Dificuldade em permanecer sentado por muito tempo. Durante uma palestra ou sessão de cinema
costuma mexer-se o tempo todo na tentativa de permanecer em seu lugar.
11. Está sempre mexendo com os pés ou as mãos. São os indivíduos que têm os pés ”nervosos”, girando
suas cadeiras de trabalho, ou que estão sempre com suas mãos ocupadas, pegando objetos, desenhando
em papéis ou ainda ajeitando suas roupas ou seus cabelos.
12. Constante sensação de inquietação ou ansiedade. Um DDA sempre tem a sensação de que tem algo a
fazer ou pensar, de que alguma coisa está faltando.
13. Tendência a estar sempre ocupado com alguma problemática em relação a si ou com os outros. São as
pessoas que ficam ”remoendo” sobre suas falhas cometidas, ou ainda sobre os problemas de amigos ou
conhecidos.
14. Costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo. É a pessoa que lê e vê TV ou ouve música
simultaneamente.
15. Envolve-se em vários projetos ao mesmo tempo. Um exemplo é a pessoa que tem várias idéias
simultaneamente e acaba por não levar a cabo nenhuma delas em função desta dispersão.
16. Às vezes se envolve em situações de alto risco em busca de estímulos fortes, como dirigir em alta
velocidade.
17. Frequentemente fala sem parar, monopolizando as conversas em grupo. É a pessoa que fala sem se dar
conta de que as outras estão tentando emitir suas opiniões (além de não se dar conta do impacto que o
conteúdo do seu discurso pode estar causando a outras pessoas).

3° Grupo: Impulsividade

18. Baixa tolerância à frustração. Quando quer algo não consegue esperar, se lança impulsivamente numa
tarefa, mas, como tudo na vida requer tempo, tende a se frustrar e desanimar facilmente.19. Costuma responder a alguém antes que este complete a pergunta. Não consegue conter o impulso de
responder ao primeiro estímulo criado pelo início de uma pergunta.
20. Costuma provocar situações constrangedoras, por falar o que vem à mente sem filtrar o que vai ser dito.
Durante uma discussão, um DDA pode deixar escapar ofensas impulsivas.
21. Impaciência marcante no ato de esperar ou aguardar por algo. Filas, telefonemas, atendimento em lojas
ou restaurantes podem ser uma tortura.
22. Impulsividade para comprar, sair de empregos, romper relacionamentos, praticar esportes radicais,
comer, jogar etc. É aquela pessoa que rompe um relacionamento várias vezes e volta logo depois,
arrependida.
23. Reage irrefletidamente às provocações, críticas ou rejeição. É o tipo de pessoa que explode de raiva ao
sentir-se rejeitada.
24. Tendência a não seguir regras ou normas preestabelecidas. Um exemplo seria o trabalhador que teima
em não usar equipamentos de segurança, apesar de saber da importância destes.
25. Compulsividade. Na realidade a compulsão ocorre pela repetição constante dos impulsos, os quais, com
o tempo, passam a fazer parte da vida dessas pessoas, como as compulsões por compras, jogos,
alimentação etc.
26. Sexualidade instável. Tende a apresentar períodos de grande impulsividade sexual alternados com fases
de baixo desejo.
27. Ações contraditórias. Um TDAH é capaz de ter uma explosão de raiva por causa de um pequeno detalhe
(por mexerem em sua mesa de trabalho, por exemplo) numa hora, e poucos momentos mais tarde, ser
capaz de uma grande demonstração de afeto, através de um belo cartão, flores ou um carinho explícito. Ou
ainda ser um homem arrojado e moderno no trabalho e, ao mesmo tempo, tradicional e conservador no
âmbito familiar e afetivo.
28. Hipersensibilidade. O TDAH costuma melindrar-se facilmente. Uma simples observação desfavorável sobre
a cor de seus sapatos é suficiente para deixá-lo internamente arrasado, sentindo-se inadequado.
29. Hiper-reatividade. Essa é uma característica que faz com que o TDAH se contagie facilmente com os
sentimentos dos outros. Pode ficar profundamente triste ao ver alguém chorar, mesmo sem saber o motivo,
ao mesmo tempo que pode ficar muito agitado ou irritado em ambientes barulhentos ou em presença de
multidão.

30. Tendência a culpar os outros. Um TDAH muitas vezes poderá culpar outra pessoa por seus fracassos e
erros, como o aluno que culpa o colega de turma por ter errado em uma questão da prova, já que este
colega estava cantarolando baixinho na hora,
31. Mudanças bruscas e repentinas de humor (instabilidade de humor). O TDAH costuma mudar de humor
rapidamente, várias vezes no mesmo dia, dependendo dos acontecimentos externos ou ainda de seu estado
cerebral, uma vez que o cérebro do TDAH pode entrar em exaustão, prejudicando a modulação do seu estado
de humor.
32. Tendência a ser muito criativo e intuitivo. O impulso criativo do TDAH é talvez a maior de suas virtudes.
Pode se manifestar nas mais diversas áreas do conhecimento humano.
33. Tendência ao ”desespero”. Quando um TDAH se vê diante de uma dificuldade, seja ela de qualquer
ordem, ele tende a vê-la como algo impossível de ser transposto e com isso sente-se tomado por uma
grande sensação de incapacidade. Sua primeira reação é o ”desespero”. Só mais tarde consegue raciocinar e
constatar o verdadeiro ”peso” que o problema tem. Isso ocorre porque seu cérebro apresenta dificuldades
em acionar uma parte da memória chamada funcional, cujo objetivo é trazer à mente situações vividas no
passado e utilizá-las como instrumentos capazes de ajudar a encontrar saídas para as mais diversas
problemáticas. Essa memória funcional parece ser bloqueada pela ativação precoce da impulsividade que,
nesse tipo de pessoa, encontra-se hiperacionada.
4° Grupo: Sintomas secundários
34. Tendência a ter um desempenho profissional abaixo do esperado para sua real capacidade.
35. Baixa auto-estima. Em geral o TDAH sofre desde muito cedo uma grande carga de repreensões e críticas
negativas. Sem compreender o porquê disso, ele tende, com o passar do tempo, a ver-se de maneira
depreciativa e passa a ter como referência pessoas externas e não ele próprio.
36. Dependência química. Pode ocorrer como conseqüência do uso abusivo e impulsivo de drogas durante
vários anos.
37. Depressões frequentes, Ocorrem em geral por uma exaustão cerebral associada às frustrações
provenientes de relacionamentos malsucedidos e fracassos profissionais e sociais.
38. Intensa dificuldade em manter relacionamentos afetivos, conforme será visto na parte referente à
dificuldade afetiva dos TDAHs.
39. Demora excessiva para iniciar ou executar algum trabalho. Tais fatos ocorrem pela combinação nada
produtiva de desorganização aliada a uma grande insegurança pessoal.
40. Baixa tolerância ao estresse. Toda situação de estresse leva a um desgaste intenso da atividade
cerebral. No caso de um cérebro TDAH, esse desgaste apresentar-se-á de maneira mais marcante.
41. Tendência a apresentar um lado ”criança” que aparecerá, por toda a vida, na forma de brincadeiras,
humor refinado, caprichos, pensamentos mágicos e intensa capacidade de fantasiar fatos e histórias.
42. Tendência a tropeçar, cair ou derrubar objetos. Isso ocorre em função da dificuldade do TDAH de
concentrar-se nos atos e de controlar ou coordenar a intensidade de seus movimentos.
43. Tendência a apresentar uma caligrafia de difícil entendimento.
44. Tensão pré-menstrual muito marcada. Ao que tudo indica, em função das alterações hormonais durante
esse período, que intensificam os sintomas do TDAH. A retenção de líquido que ocorre durante os dias que
antecedem a menstruação parece ser um dos fatores mais importantes.
45. Dificuldade em orientação espacial. Encontrar o carro no estacionamento do shopping quase sempre é
um desafio para um TDAH.
46. Avaliação temporal prejudicada. Esperar por um TDAH pode ser algo muito desagradável, pois em geral
sua noção de tempo nunca corresponde ao tempo real.
47. Tendência à inversão dos horários de dormir. Em geral adormece e desperta tardiamente, por isso
alguns deles acabam viciando-se em algum tipo de hipnótico.
48. Hipersensibilidade a ruídos, principalmente se repetitivos.
49. Tendência a exercer mais de uma atividade profissional, simultânea ou não.
E, finalmente, o último critério, que não se enquadra em nenhum dos quatro grupos de sintomas, mas tem
sua relevância confirmada pelos estudos que apontam participação genética marcante na gênese do TDAH.
50. História familiar positiva para TDAH.

Este post tem um comentário

  1. Telma de Souza Lima

    Ótima visão de acompanhamento .

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