Orientações:
- Inicie a aula dizendo que hoje vocês pensarão em como as palavras são formadas.
- Pergunte o que se usa para fazer um bolo? (Resposta: ovo, farinha, açúcar, leite, fermento, etc).
- Pergunte o que se usa para construir uma escola? (Resposta: tijolos, tinta, carteiras, armários, pessoas, etc).
- Pergunte o que se usa para construir e formar palavras? (Resposta: letras).
- Então, diga que hoje vocês irão pensar em como algumas palavras são formadas e para isso vão usar a cantiga “Samba Lelê”.
Tempo sugerido: 7 minutos
Orientações:
- Inicie a aula conversando com as crianças a respeito das muitas cantigas que existem.
- Diga que muitas delas se tratam do folclore, isto é, foram passadas de geração em geração. E que por isso mesmo, em diferentes regiões podem apresentar diferentes versões.
- Diga que agora você apresentará um vídeo do grupo Barbatuques que cantaram a música “Samba Lelê” usando também os sons produzidos pelo corpo. Clique aqui para acessar o vídeo.
- Permita que as crianças cantem, dancem e reproduzam os sons produzidos pelo corpo.
- A intenção didática deste momento é de mobilizar as crianças para a aprendizagem por meio da interação e da alegria.
- Após esse momento de brincadeira pergunte se eles acreditam ser possível escrever essa música? E como se faz isso? (Resposta: Sim, é possível escrever músicas usando letras).
- Diga que você vai mostrar a música “Samba Lelê” escrita.
- Clique aqui e acesse o arquivo para imprimir o painel com a letra da música.
Tempo sugerido: 30 minutos
Orientações:
- Leia e cante novamente a cantiga apontando para os versos para que fique bem claro às crianças que aquilo que está escrito relaciona-se com o que você está falando (lembrando que crianças com a hipótese de escrita pré silábica e silábica sem valor sonoro não têm (ou estão no início da percepção) desta consciência, por isso a ênfase nesse sentido). Clique aqui e acesse um texto da Nova Escola que trata com muita propriedade da importância da leitura feita pelo professor, não apenas para mobilizar à leitura, mas também para evidenciar aos estudantes às estruturas da escrita.
- Uma outra opção, além de você cantar, é apresentar um vídeo da música que tenha a letra da música. Sugiro o da “Galinha Pintadinha” porque ele além da letra da música, ao ser cantada, uma bolinha vai percorrendo as sílabas, e isto é algo que você pode questionar às crianças: Qual é a função desta bolinha? Por que o produtor deste vídeo a colocou aí? (Resposta: Para podermos acompanhar a letra da música com mais facilidade). Clique aqui para acessá-lo.
- Após, permita que os estudantes realizem a leitura no painel, individualmente, mesmo aqueles que não lêem convencionalmente. Espera-se que realizem os procedimentos de leitura de ajuste, ou seja, procurem ajustar aquilo que estão cantando com o que estão falando de memória. Peça que coloquem o dedinho embaixo da palavra e leiam. Que assim ajustem aquilo que estão falando com aquilo que está escrito. Clique aqui para saber mais a respeito da leitura de ajuste que é uma das estratégias de leitura que faz com que as crianças avancem em suas hipóteses a respeito do nosso sistema de escrita.
- Por exemplo, se a criança leu passando o dedinho rapidamente sob as palavras, você pode dizer: Desculpe, mas essas duas letrinhas são o que mesmo? (Resposta: Provavelmente a criança não saberá responder, visto que não ajustou convencionalmente a leitura às letras. A intenção desta pergunta é que o estudante reflita a respeito do ajuste que está realizando).
- Outro exemplo: Quando você leu sobraram essas letras. No momento da leitura do verso “Samba Lelê tá doente”, a criança está apontando para “Lelê” e leu “doente” (que é a última palavra do verso), então você pode intervir dizendo: Este verso termina com a palavra “doente” que começa com “Do” como da nossa amiga “Dora”. Esta palavra que você está apontando começa assim? Sugira recomeçar a leitura da estrofe, você pode ajudá-lo a “pegar o ritmo” e depois a criança continua, lembrando-se de encaixar a nova intervenção de que “doente” começa com “do”.
- Tenha bom senso em realizar intervenções, que haja um equilíbrio entre incentivo à leitura, prazer em conseguir fazer, cuidado com a autoestima do iniciante leitor e intervenções que façam refletir sobre a escrita. Assim, sugiro que, para cada criança, seja realizada apenas uma intervenção. E ao final, elogie com palavras de bom ânimo e alegria por ver as crianças lendo.
- Cuide da gestão do tempo: verifique pelo ritmo da leitura da turma se você conseguirá atender a todos em uma única aula ou se terá que escalonar em mais aulas, visto que ainda temos a próxima atividade que não pode faltar neste plano para atender pontualmente as habilidades previstas.
- Agora separe-as em duplas com o critério da hipótese de escrita. Devem trabalhar juntas crianças que possuam hipóteses próximas para que não se corra o risco de que, aquela que é mais avançada na hipótese de escrita, realize a atividade sozinha.
- Lembrando que as hipóteses são: pré silábica, silábica sem valor sonoro, silábica com valor sonoro, silábica alfabética e alfabética. Clique aqui para saber mais.
- Agrupe por exemplo, crianças com hipótese alfabética com aquelas que possuam hipótese silábica alfabética. Ou ainda, alunos com hipótese silábica com valor sonoro com aqueles que têm a hipótese silábica sem valor sonoro. Um outro modelo de agrupamento é estudantes com hipótese silábica sem valor sonoro com aqueles com hipótese pré silábica.
- Clique aqui e imprima o arquivo: Trata-se de palavras retiradas da cantiga “Samba Lelê” para serem analisadas sob o prisma da quantidade de letras e de sílabas.
- Há três grupos de palavras.
- Para duplas que tenham crianças com hipótese pré silábica (morena, cabeça e bonita).
- Para duplas que tenham crianças com hipóteses silábicas (sem e com valor sonoro): Fora, panela, cozinha.
- Para duplas que tenham crianças com hipóteses de escrita silábica alfabética e alfabética: Namora, quebrada e com.
- Atenção: Você pode substituir as palavras e realizar a atividade em outras circunstâncias, por isso, segue a linha de raciocínio que foram selecionadas essas palavras:
- Morena, cabeça e bonita foram selecionadas para as crianças com hipótese pré silábica por se tratarem de sílabas simples (consoante e vogal) e também por se tratarem de palavras com uma quantidade de letras que, normalmente, são confortáveis para crianças com essa hipótese (de quatro a seis letras). Uma outra questão é que essas crianças possuem a tendência de variação de caracteres dentro da palavra e normalmente o que elas percebem nesse início são as vogais. Dessa forma, repetir as vogais na mesma palavra pode gerar um conflito que neste momento não é interessante, pois queremos estabilidade para que se concentrem apenas na separação das palavras em sílabas, porém em outro momento que você queira o aprofundar da reflexão do nosso sistema de escrita, fazer escrever esse tipo de palavra é uma boa estratégia, como por exemplo: Lalá, fogo, mala. Clique aqui e leia mais a respeito.
- Fora, panela e cozinha foram selecionadas para as crianças com hipóteses silábicas (com e sem valor sonoro) por se tratarem de sílabas simples (consoante e vogal) e também por se tratarem de palavras com uma quantidade de letras que, normalmente, são confortáveis para crianças com essa hipótese (de quatro a seis letras). A palavra “cozinha” tem a intenção didática de provocar, de fazer perceber que as palavras são formadas por sílabas de diferentes estruturas.
- Namora, quebrada e com foram selecionadas para as crianças com hipóteses silábica alfabética e alfabética por serem palavras que possuem um grau maior de complexidade na maioria de suas sílabas. E as crianças deste grupo percebem e se sentem desafiadas com essa complexidade: como já percebem todos os sons querem dar conta de representá-los (com exceção de “namora” que teve o propósito de incentivar pela facilidade). Diferentemente dos outros grupos de crianças, que normalmente, colocam uma letra para a sílaba e ficam satisfeitas.
- Clique aqui e acesse uma plataforma que trata com muita propriedade da maneira como as crianças normalmente compreendem o nosso sistema de escrita de acordo com suas hipóteses. Dessa forma, você poderá se preparar melhor na escolha das ferramentas a trabalhar com as crianças.
- Circule pelas duplas e procure problematizar fazendo pensar a respeito do nosso sistema de escrita. Lembre-se professor, que a melhor forma de fazer refletir é com um ponto de interrogação. Então não dê respostas, mas procure mostrar caminhos para que as crianças encontrem o que buscam. Como por exemplo:
- Para escrever “namora” uma dupla no lugar do “na” usou “ma”. Peça que a dupla coloque o dedinho embaixo da palavra e leia.
- Que aponte para cada sílaba correspondente.
- Se ainda assim não perceberem, questione como é que se escreve “Nadia”. Que eles mostrem no painel da sala. Pergunte “Nadia” começa com qual sílaba? (Resposta: Na). Então pergunte se podemos encontrar o “na” de Nadia na palavra “namora”.
- Caso alguma dupla esteja com muita facilidade, forneça mais palavras, no final do arquivo tem uma tabela com elas, o que dificultará o desafio.
- Após a separação das palavras incentive-os a ler indicando com o dedinho as sílabas pronunciadas.
- Após a conclusão da tarefa nas duplas, informe que você chamará algumas duplas até o quadro para socializarem suas resoluções.
- Monte as tabelas no quadro e peça para duplas diferentes responderem sobre cada palavra.
- Evidencie quais são as primeiras e últimas sílabas.
- Peça que as crianças indiquem quais são as maiores e menores palavras de cada tabela e depois juntando todas as tabelas qual é a maior e menor palavras. Por exemplo, se alguma criança indicar uma palavra como “fora”. Pergunte: Como você descobriu? (Resposta: Espera-se que a criança responda que contou as letras). Nesse momento, pergunte à turma se alguém contou alguma palavra com uma quantidade menor de letras. (Resposta: Espera-se que tenham encontrado a palavra “com” que tem apenas três letras). O mesmo procedimento para a maior palavra.
- Peça que as crianças expliquem como elas conseguem fazer a marcação da quantidade de sílabas. Quais estratégias usam? (Respostas prováveis: Bater palmas, no pensamento, contando com os dedos). Por exemplo, você pode chamar uma criança à frente e pedir que ela demonstre como ela descobriu e contou a quantidade de sílabas. Você também pode dizer que teve um aluno uma vez que ensinou uma forma diferente de contar as sílabas e aí você pode marcar as sílabas de uma forma que ainda não foi feita, como marcar no quadro, bater palmas ou nos dedos.
- Converse com as crianças a respeito da composição das sílabas: Algumas são com uma, duas, três ou até mais letras. Que temos que estar atentos aos sons que estamos emitimos em cada sílabas para então saber quais letras grafar.
- Socialize com a turma e peça que as crianças digam se concordam ou não com as respostas.
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Informe para as crianças que para finalizar elas terão um novo desafio: Usar as sílabas das palavras da atividade anterior que podem ser consultadas no quadro ou na folha da atividade e formar novas palavras.
- Dê alguns exemplos utilizando as sílabas que estão na tela. (Respostas possíveis: jacaré, telefone, lata, foca).
- Agora trabalharão individualmente para que coloquem em jogo o que perceberam a respeito da formação das palavras.
- Exemplo de palavras: Para, copa, lago, bala, docinho, etc.
- Escreva você duas palavras no quadro apontando as sílabas utilizadas: Aponte para a sílaba que você “pegou” e de quais palavras para formar a nova palavra. Por exemplo: PA de panela e TINHA de pontinha e formou: PATINHA.
- Para as crianças com hipótese pré silábica você pode pedir a escrita de uma palavra.
- Para as crianças com hipótese silábica (com e sem valor sonoro) duas palavras.
- Para as crianças com hipótese silábica alfabética: três palavras.
- Para as crianças com hipótese alfabética: quatro palavras.
- Neste momento de brincadeiras com as sílabas (desenvolvimento da consciência fonológica), não perca a oportunidade de intensificar o trabalho no desenvolvimento da consciência fonêmica.
- Relacione os sons das sílabas com os nomes das crianças, por exemplo: LA de lata é o mesmo LA de qual amiga? (Resposta possível: Laura).
- O TA de lata está no final da palavra, mas dá para escrever alguma palavra onde o TA está no começo. Temos algum amigo que tem o nome que começa com TA? (Resposta possível: Tatiana).
- Se para escrever foca usamos FO e se eu quisesse escrever faca, como seria?
- A escrita espontânea é a intenção didática neste momento. Desta forma, a escrita neste momento não deve ser corrigida, mas incentivada e analisada. Servirá de instrumento para que você possa oportunizar a escrita de forma mais leve, sem preocupações com erros e acertos, que esse momento sirva para que as crianças se sintam capazes de escrever, bem como, será a oportunidade de, você professor, avaliar a autonomia das crianças para buscar a informação e escrever, já que terão de um banco de dados oferecido (as sílabas das palavras no quadro e na atividade). Espera-se que as crianças tenham mais facilidade em escrever por terem as sílabas a consultar. No entanto, você perceberá que as crianças com menor compreensão do nosso sistema de escrita, não farão esse movimento de buscar a sílaba no banco de dados oferecido, provavelmente o ignorarão e a escrita será de acordo com a sua hipótese. Essa análise pode te ajudar a ser mais preciso nos próximos agrupamentos das crianças.
- Circule entre as crianças incentivando-os a ler as sílabas e a escrever as palavras.
- Para aqueles que não estão consultando o banco de sílabas, lembre-os de que as palavras podem ser formadas apenas com aquelas sílabas.
- Associe as sílabas das palavras que podem ser utilizadas com as sílabas dos amigos da sala, por exemplo:
- Me parece que aqui tem o LA como o da nossa amiga Laura. O que posso escrever com LA? (Respostas: Lápis, lagoa, etc).
- Outro exemplo: A criança diz que quer escrever pipoca. Você pergunta: Mas para escrever pipoca qual sílaba usamos primeiro? (Resposta: Pi). Exatamente como o Pi de Pietro e tem algum PI nestas tabelas?
- Esta relação com as palavras que lhe são familiares e que podem consultar sozinhos no quadro de nomes dá-lhes autonomia para buscar as informações que precisam.