Plano de Aula 5º Ano: 13 de Maio – Dia da Abolição da Escravidão no Brasil
Tema: A Saga pela Liberdade: Desvendando os Complexos Caminhos da Abolição da Escravidão no Brasil
Público-alvo: Alunos do 5º ano do Ensino Fundamental
Tempo de aula: 50 minutos
Objetivos:
- Analisar a escravidão no Brasil de forma crítica e aprofundada, compreendendo suas raízes históricas, impactos sociais, econômicos e políticos, e as lutas pela sua abolição.
- Desvendar as contradições da Lei Áurea e seus desdobramentos, reconhecendo os desafios e as persistências do racismo na sociedade brasileira.
- Examinar diferentes perspectivas sobre a Abolição, incluindo as vivências dos negros escravizados, seus descendentes e demais grupos sociais envolvidos.
- Estimular o senso crítico, a pesquisa, o debate e a produção textual dos alunos, embasados em fontes históricas confiáveis.
- Promover o respeito à diversidade, o combate ao racismo e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Recursos Didáticos:
- Textos informativos e artigos de diferentes autores sobre a escravidão e a Abolição;
- Imagens, documentos históricos e vídeos relacionados ao tema (gravuras, cartazes, trechos de leis, reportagens);
- Cartolina;
- Lápis de cor, giz de cera ou tinta;
- Cola e tesoura;
- Materiais para confeccionar cartazes (opcional: papel colorido, canetas, glitter).
Desenvolvimento da aula:
Momento 1 (10 minutos):
- Introdução ao tema: Iniciar a aula com uma roda de conversa, questionando os alunos sobre o que sabem sobre a escravidão no Brasil e o 13 de Maio.
- Apresentação do tema: Apresentar o tema da aula de forma instigante, destacando a complexa trajetória da escravidão no Brasil e a importância de uma análise crítica e multifacetada da Abolição.
Momento 2 (15 minutos):
- Mergulhando na história: Distribuir textos informativos e artigos de diferentes autores sobre a escravidão e a Abolição. Orientar a leitura e análise dos textos, focando em:
- As origens e o sistema da escravidão no Brasil;
- Os impactos sociais, econômicos e políticos da escravidão;
- As lutas e resistências dos negros escravizados;
- As contradições da Lei Áurea e seus desdobramentos;
- As diferentes perspectivas sobre a Abolição.
- Debate em grupo: Dividir a turma em grupos e promover um debate sobre os textos lidos, incentivando a troca de ideias, questionamentos e diferentes pontos de vista.
Momento 3 (20 minutos):
- Atividade 1: Linha do tempo da escravidão: Em grupos, os alunos devem elaborar uma linha do tempo detalhada sobre a escravidão no Brasil, desde sua chegada ao país até a Abolição. A linha do tempo deve incluir eventos históricos importantes, lutas, rebeliões, leis e marcos históricos, com datas e descrições precisas.
- Atividade 2: Narrativas da Abolição: Cada aluno deve escolher uma das perspectivas sobre a Abolição (negro escravizado, senhor de engenho, abolicionista, imigrante europeu, etc.) e escrever uma narrativa ficcional em primeira pessoa, contando como essa pessoa vivenciou o período da Abolição. A narrativa deve ser baseada em pesquisas e conter detalhes históricos e emocionais.
Momento 4 (5 minutos):
- Apresentação das atividades: Cada grupo apresenta sua linha do tempo da escravidão, explicando os eventos registrados e suas implicações. Em seguida, alguns alunos compartilham suas narrativas ficcionais da Abolição, colocando-se na pele de diferentes personagens históricos.
Avaliação:
- Participação dos alunos nas atividades em grupo e na discussão em sala;
- Qualidade da linha do tempo da escravidão e das narrativas ficcionais;
- Compreensão crítica dos conteúdos abordados sobre a escravidão, a Abolição e suas complexidades;
- Argumentação consistente e embasada em fontes históricas;
- Respeito à diversidade de ideias e pontos de vista.
Sugestões para complementar a aula:
- Convidar um historiador ou outro especialista para falar sobre o tema da escravidão e da Abolição;
- Organizar uma visita a um museu ou outro local histórico.
Linha do Tempo da Escravidão no Brasil:
Século XVI:
- 1503: Chegada dos primeiros navios negreiros à costa brasileira.
- 1532: Instituição do sistema de capitanias hereditárias, que impulsionou o uso de mão de obra escrava na cana-de-açúcar.
- 1563: Criação da Lei do Regresso, que obrigava os senhores de engenho a enviar seus escravos para serem batizados em vilas.
Século XVII:
- 1608: Criação das Casas de Angola e Mina, que centralizavam o comércio de escravos no Rio de Janeiro e em São Luís do Maranhão.
- 1638: Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi dos Palmares, se torna um importante símbolo de resistência à escravidão.
- 1688: Assinada a Lei Áurea de 1688, que proibia a entrada de novos escravos em Portugal e seus domínios, incluindo o Brasil.
Século XVIII:
- 1761: Marquês de Pombal proíbe o tráfico de escravos para as Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
- 1789: Revolta dos Escravos de Caruaru, em Pernambuco, se torna um dos maiores levantes escravos da história do Brasil.
Século XIX:
- 1818: Primeiro tratado internacional contra o tráfico negreiro, assinado entre Portugal e Grã-Bretanha.
- 1831: Revolta dos Escravos de Baependi, em Minas Gerais, luta contra a criminalização dos escravos fugidos.
- 1850: Lei Eusébio de Queirós proíbe o tráfico transatlântico de escravos.
- 1871: Lei do Ventre Livre concede liberdade aos filhos nascidos de mulheres escravas.
- 1888: 13 de maio – Assinada a Lei Áurea, que extingue a escravidão no Brasil.
Século XX e XXI:
- 1933: Criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que reconhece alguns direitos aos trabalhadores, incluindo os ex-escravos.
- 1952: Criação da Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
- 1988: Constituição Federal Brasileira reconhece a igualdade racial e proíbe o trabalho escravo.
- 2018: Aprovada a Reforma da Previdência, que aumenta a idade mínima para aposentadoria e diminui o valor dos benefícios, afetando desproporcionalmente a população negra.
Observações:
- A linha do tempo acima não é exaustiva e apresenta apenas alguns dos principais marcos da história da escravidão no Brasil.
- A escravidão deixou um legado de profunda desigualdade racial no Brasil, que ainda é sentido nos dias de hoje.
- É importante continuar lutando contra o racismo e a discriminação para construir uma sociedade mais justa e igualitária.