Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar. Esopo

Dia internacional da Mulher – Mulheres que fizeram história

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O mundo inteiro comemora hoje, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. A data lembra a importância das lutas femininas por justiça, igualdade de gênero e respeito. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), também serve para celebrar atos de coragem e a determinação de mulheres comuns que desempenham um papel extraordinário na história de seus países e comunidades.

A atuação das mulheres em diferentes frentes sociais é uma necessidade. Segundo o Mapa da Violência, só em 2022 foram assassinadas no Brasil  699 mulheres. Do total de assassinatos, mais da metade (50,3%) foi cometida por familiares. No mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam a desigualdade salarial, um problema que já existia no início do século 20. Mas esse desafio, assim como tantos outros, tem se tornado combustível não só para a busca por direitos como para o empoderamento e a presença cada vez mais frequente de mulheres no mercado de trabalho.

Na área do empreendedorismo, a presença da mulher já é uma constante. Tanto, que em 2014 a ONU instituiu a data de 19 de novembro como o Dia Global do Empreendedorismo Feminino. Na Rede Legado, por exemplo, as mulheres são maioria. Com perfil empreendedor, seja para negócios sociais, seja para organizações de terceiro setor, elas mostram, diariamente, como suas atuações podem ser pontes para a transformação social.

 

 

 

A higienização das mãos é um cuidado importante de saúde muitas vezes negligenciado. No entanto, com o surgimento do novo coronavírus (SARS-COV-2), patógeno causador da Covid-19, todo o mundo passou a se preocupar com a limpeza das mãos como forma de se proteger da pandemia.

Lavar corretamente as mãos com água e sabão segue sendo a maneira mais indicada para matar os agentes causadores de doenças, mas nem sempre as condições são favoráveis para isso. Foi a preocupação com as condições para limpeza das mãos por parte de profissionais de saúde que motivou a criação, no ano de 1966, do álcool gel, produto altamente procurado no momento pelo seu potencial auxílio no combate à contaminação por coronavírus. A invenção e patente do produto significaram um grande avanço para a sociedade, no entanto, poucas pessoas conhecem sua origem e quem o criou.

Lupe Hernandez estudava enfermagem na cidade de Bakersfield, localizada no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Percebendo a falta de água e sabão à disposição dos profissionais que atuavam no segmento de saúde, a estudante de origem latina começou a buscar uma solução de limpeza que fosse portátil e de fácil utilização na falta de uma pia, por exemplo. O produto criado por Lupe Hernandez, segundo o professor de química Josinaldo Lins, é composto por etanol, o álcool etílico que conhecemos, em uma concentração de varia de 60% a 80%, menos volátil que em concentrações mais altas, e também por um composto chamado carbopol, que age como espessante que torna o produto gelatinoso.

“Alguns apresentam fragrância, porém isso não influencia na sua ação germicida”, explicou o professor, uma vez que “a eliminação de germes se deve ao fato destes apresentarem em sua estrutura uma camada de gordura, na qual o álcool adere, e feito isso, o produto penetra na estrutura interna do microorganismo e o mata”. Josinaldo Lins destaca a importância da descoberta de Lupe Hernandez, pois em condições de difícil acesso a meios que permitam uma boa lavagem das mãos, que é a melhor escolha sempre, o álcool gel supre essa necessidade. “Se não tem água corrente, se o fornecimento de água não é adequado, se não tem sabão ou detergente a cada vez que vamos ao banheiro ou a outro lugar da casa ou do trabalho que seja usado para higiene pessoal, temos que ter uma alternativa, e essa é o álcool em gel. Claro que não substitui a lavagem tradicional das mãos, com água e sabão, e também tem restrições de uso, o uso excessivo pode irritar a pele”, afirmou o educador.

Com os avanços que a descoberta representou no acesso da sociedade à boa higiene das mãos, era de se esperar que existisse um grande volume de informações a respeito da pessoa que possibilitou essa descoberta. No entanto, não foi bem isso que aconteceu: pouquíssima s informações a respeito da vida e história de Lupe Hernández são conhecidas e puderam ser resgatadas para esta reportagem.

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“Eu lembro de ter lido em uma matéria que nos Estados Unidos há meio que uma política de não haver o reconhecimento de que latinos têm protagonismo em determinadas áreas para que haja aquele conceito do ‘all american’, ou seja, todos são americanos, para afirmar que todos são americanos no final das contas. A gente vê uma pessoa que tem uma importância imensurável, que só foi reafirmada agora, em tempos dessa pandemia, só que infelizmente ela não teve o tratamento necessário. Não se sabe nem se ela recebeu os direitos, os royalties por ter inventado o álcool gel”, criticou o professor Josinaldo, quando perguntado sobre a ausência de informações acerca de Lupe Hernandez.

A memória de Lupe Hernandez enfrenta, ainda, outra barreira de preconceito para que sua criação tenha o reconhecimento merecido. Vale ressaltar que, além de latina, trata-se também de uma mulher na ciência, ambiente historicamente hostil às mulheres. Lupe não foi a primeira e infelizmente muito menos a última mulher a sofrer com a falta de reconhecimento por suas descobertas científicas, como evidencia a fala de Rita Moura, doutora em ciências biológicas, professora de genética e diretora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE). “Como geneticisos no primeiro ano de vida de seu filho e para voltar a crescer exigirá uma dedicação extrema. A alta cobrança das mulheres pesquisadoras nesse sentido, ocasiona a ocorrência de ansiedade e muitas vezes faz com que elas passem a questionar se vale a pena se dedicar à carreira científica”, disse a doutora.

As cobranças que as mulheres que optam pela vida acadêmica sofrem durante o exercício de seu trabalho e também fora dele, especialmente se elas forem mães, também estão entre as dificuldades impostas pela sociedade às cientistas. “As mulheres são julgadas no ambiente de trabalho, inclusive por colegas do sexo feminino que se mostram impiedosas com as colegas que deixam de acompanhar o filho ao médico, ir à abertura dos jogos na escola e viajam para ficar alguns meses em instituições em outros estados ou no exterior, mesmo que de forma esporádica. Quando a mulher está à frente da pesquisa coordenando, os resultados em geral ao serem divulgados e repercutidos, eles são muitas vezes creditados ao trabalho da equipe. Diferente dos trabalhos coordenadas por homens, cujos resultados de imediato geram grande visibilidade ao coordenador”, declarou Rita.

Quando questionada sobre questões ligadas à nacionalidade e origem étnica na ciência, a diretora do Instituto de Ciências Biológicas da UPE destacou as diferenças estruturais para a produção de conhecimento e pesquisa em diferentes países, e como isso pode levar ao preconceito dentro da comunidade científica. “No Brasil, fazer ciência tem sido um ato de resistência considerando que nos últimos quatro anos as perdas de investimentos relativas às pesquisas não afetaram apenas o ritmo dos trabalhos, atingiram também a autoestima dos estudantes de pós-graduação. Esta realidade aumenta a distância que já existe quanto à credibilidade da pesquisa feita no Brasil. Contudo, é importante dizer que no Brasil temos excelentes pesquisadores, incluindo os pós-graduandos, os quais se empenham enormemente para mudar essa realidade quanto às condições de trabalho e a valorização profissional. E por último dizer que o desafio para nós mulheres na pesquisa foi e ainda continua sendo maior, mas que é transponível e que podemos e devemos continuar lutando para transformar essa realidade”, afirma Rita Moura.

A falta de informações sobre Lupe Hernandez e seu legado afeta também a sua história de vida. Mesmo após uma longa busca por artigos científicos, notícias e pesquisadores em universidades que pudessem informar coisas básicas como quando Lupe Hernandez nasceu e quando (e se) morreu, nossa reportagem não conseguiu obter mais dados sobre ela, além dos que já foram citados.

 

Janeth dos Santos Arcain, a jogadora brasileira que mais possui títulos na história do basquetebol nacional, vive na cidade de São Paulo. Foi contratada em 2009 para comandar a Seleção Brasileira feminina sub-15, e também para ser assistente da equipe principal.

Nascida no dia 11 de abril de 1969, na cidade de Carapicuíba (SP), Janeth iniciou sua carreira com 14 anos, quando sua professora de educação física a levou para a cidade de Catanduva, para jogar pelo Higienópolis. No ano de sua estreia no basquete, conquistou com o Higienópolis (SP) o Campeonato Paulista Mirim e foi considerada a melhor jogadora da categoria.

Após passagens por BCN (SP), Jundiaí (SP), Constecca Sedox (SP) Sorocaba (SP), Santo André (SP), Vasco da Gama (RJ), São Paulo (SP), Ourinhos (SP), a ex-ala foi contratada pelo Houston Comets (EUA), time que disputa a WNBA, a versão feminina da NBA.

A primeira jogadora brasileira a participar da Liga Americana de basquete ficou nos Estados Unidos por oito anos, vencendo o Nacional por quatro vezes.

Em 2001, a ex-ala foi chamada para participar do Jogo das Estrela, sendo a terceira mais votada pelo público.

Na Seleção Brasileira, onde foi capitã de 1998 a 2007, Janeth conquistou o ouro no Pan-americano de 1991 e no Mundial de 1994, prata no Pan-americano de 1987, 2007 e nas Olimpíadas de 1996, e o Bronze nos Jogos Olímpicos de 2000. Após o Pan-americano de 2007, realizado no Rio de Janeiro, Janeth encerrou sua carreira de jogadora.

Desde 2002, a ex-jogadora dirige o Instituto Janeth Arcain, que auxilia no desenvolvimento físico e mental de crianças de 7 a 15 anos.

No dia 20 de julho de 2014, Janeth foi eleita para o Hall da Fama feminino do basquete estadunidense.

 

A judoca brasileira nasceu em 24 de abril de 1992 no Rio de Janeiro, na famosa comunidade Cidade de Deus. Desde criança Rafaela Silva sempre foi uma criança muito ativa e que adorava jogar bola com os amigos na rua, mas que também sempre se metia em confusão por ser “muito briguenta”, segundo ela mesma.

Rafaela Silva começou a fazer parte do instituto em 2000, bem no começo do projeto. No início era apenas uma forma de gastar energia da menina que tinha apenas 08 anos de idade, mas aos poucos o treinador, Geraldo Marques, percebeu que Rafaela era uma joia bruta do judô e com o treinamento certo poderia representar o Brasil como atleta.

No começo a menina não gostava muito dos treinos, mas aos poucos o judô foi cativando e ganhando o coração da Rafa. O esporte também ensinou a pequena Rafaela Silva sobre a disciplina e o respeito, assim o temperamento forte da menina se transformou em força de vontade e garra para lutar por medalhas.

 

As primeiras competições

Ainda na adolescência a menina já tinha bons resultados e mostrava ser uma promessa de títulos para o Brasil. O primeiro título grande de Rafaela Silva, foi a Copa do Mundo Sub-20 de judô de 2008, com apenas 16 anos ela se tornou campeã mundial sub-20.

Para participar do Pan-americano de Guadalajara em 2011, Rafaela Silva, na época com 19 anos, venceu a primeira judoca brasileira medalhista olímpica da história, Ketleyn Quadros. Já durante a disputa no México, Rafa disputou com outras judocas já conhecidas e estabelecidas na modalidade como Joliane Melançon (Canadá) e Yadinis Amaris (Colômbia) para chegar até a final.

Na disputa pelo título Rafaela Silva enfrentou a cubana Yurisleidys Lupetey, e apesar de não ter vencido já consagrou seu nome como vice-campeã mundial, além de mostrar para suas adversárias que não seria fácil enfrentá-la nas olimpíadas no ano seguinte.

Ainda em 2011 Rafaela Silva ainda teve mais uma difícil competição pela frente, o Mundial de Paris. A atleta conseguiu vencer cinco grandes adversárias durante a competição, mas na final não conseguiu superar a japonesa Aiko Sato.

Rafaela Silva chegou como destaque para as Olimpíadas de Londres em 2012, mas infelizmente a competição terminou mais cedo do que deveria para a atleta. Em sua segunda luta, contra a húngara Hedvig Karakas, a brasileira desferiu um golpe ilegal e acabou desclassificada das Olimpíadas.

Depois da competição Rafaela sofreu com ataques racistas nas redes sociais e chegou a pensar em desistir da carreira de atleta. Mesmo assim, ainda em 2012, ela disputou o Grand Slam de Tóquio e conquistou uma medalha de bronze.

A redenção

Em 2013 a brasileira disputou o mundial de judô no Rio de Janeiro. E depois de ser duas vezes, 2011 e 2013, vice-campeã da competição, finalmente Rafaela Silva conseguiu o título. Com uma campanha incontestável na competição a menina que cresceu e treinou na favela, entrou para a história como a primeira judoca brasileira campeã mundial.

 

 

Marie Skłodowska Curie, mais conhecida como Marie Curie (nascimento: Varsóvia/Polônia, 7 de novembro de 1867 – morte: Passy / França, 4 de julho de 1934), foi uma cientista que descobriu os elementos químicos rádio e polônio. Ela foi a primeira mulher a ser laureada com o Nobel e a única a ganhar o prêmio por duas vezes (em áreas distintas), além de ter sido a primeira professora mulher na Universidade de Sorbonne, na França.

Biografia de Marie Curie

Marie Curie nasceu com o nome de Maria Salomea Skłodowska, em 1867, em Varsóvia, Polônia, em uma época em que a cidade era parte do Império Russo. Filha de Władysław Skłodowska, professor de física e matemática, e de Bronisława Bogusława Skłodowska, professora, pianista e cantora, Marie teve contato direto com as ciências desde cedo e a educação sempre foi valorizada pela família.

Marie teve duas perdas significativas em sua infância: sua irmã morreu de tifo, e sua mãe, de tuberculose. Apesar de enfrentar um quadro depressivo, ela foi incentivada por seu pai a se dedicar aos estudos, formando-se aos 15 anos e sendo destaque em sua turma.

Por se posicionar a favor da independência da Polônia em uma Varsóvia dominada pela Rússia czarista, o pai de Marie foi demitido. Para manter o sustento da família, Władysław Skłodowska abriu uma escola.

  • Vida na França

Marie enfrentou vários desafios para entrar no ensino superior. Apesar de concluir o colegial cedo, a jovem não conseguiu estudar em sua cidade natal, já que a Universidade de Varsóvia não aceitava mulheres.

Decidida a ir para a França, seguindo o caminho feito por sua irmã Bronisława Duskła, Marie deu aulas particulares e foi governanta para juntar dinheiro. Em 1891, a polonesa foi para Paris, ingressou na Universidade de Sorbonne e mudou seu nome de Maria para Marie.

Marie formou-se em Física, no ano de 1893, enquanto o diploma de Matemática veio em 1894. Em 1894, conheceu o professor de Física Pierre Curie.

Pierre e Marie casaram-se em 1895 e, assim, a cientista adotou o Curie em seu nome, mas não aceitou abdicar de seu sobrenome polonês. Sua assinatura passou a ser, então, Marie Skłodowska Curie.

Madame Curie, maneira como ficou conhecida, fazia seu doutorado (coisa rara para mulheres da época) quando encontrou, nos estudos do cientista Henri Becquerel sobre a radiação dos elementos tório e urânio, sua área de pesquisa e tema para sua tese.

Seus estudos sobre as radiações produzidas pelo urânio começaram em 1897, época em que o elemento era conhecido como raios urânicos, na Escola Municipal de Física e de Química Industriais de Paris. Marie foi responsável por criar o termo radioatividade ao concluir que a radiação emanava de dentro do átomo.

Em 1898, Pierre juntou-se à Marie nos estudos sobre radioatividade. Com autorização da Escola de Física e Química, improvisaram um laboratório no porão da instituição, local em que estudavam a pechblenda, minério rico em urânio.

Em 1903, Marie Curie defendeu sua tese com o tema “Pesquisa de substâncias radioativas”, trabalho que foi considerado pela banca como a maior contribuição científica de uma tese de doutorado até então.

O ano de 1903 foi agitado para Marie Curie e rendeu-lhe o reconhecimento pelos seus esforços. A parceria científica e acadêmica do casal Curie com Becquerel rendeu ao trio o prêmio Nobel de Física, tornando a cientista a primeira mulher a ser premiada com tal honraria. Também nessa época, Madame Curie recebeu a Medalha Navy, honraria dada pela Real Sociedade de Londres, desde 1877, pelo reconhecimento de descobertas na Química, também sendo a primeira medalha a ser concedida para uma pesquisadora do sexo feminino.

Marie e Pierre tiveram duas filhas, Irène e Eve. Irène Joliot-Curie seguiu os passos dos pais na pesquisa sobre a radioatividade e conquistou para a família Curie outro Nobel.

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