Existem diversas possibilidades de se trabalhar com as placas:
- percepção de contrastes
- percepção figura-fundo
- percepção de uma parte em relação ao todo
- percepção de distâncias e de posição
- discriminação de cores e formas
- noção de sentido e direção
- descrição de detalhes.
Eu atendo crianças com estrabismo e uso essa técnica também para favorecer o rastreio visual e os movimentos de adução ou abdução. Ou seja, para estimular que os olhos se movam em direção ao nariz ou à têmpora (acompanhe, ainda vou contar como). E tem mais! É uma atividade indicada para quase todas as idades. Vamos entender melhor!
Para cada idade e fase, uma atividade
– Meu filho tem dois anos. Atividades de pareamento e justaposição são indicadas para ele?
Sempre dizemos que cada caso é um caso, e o que vai influenciar aqui é: como está a visão desse pequeno?
Portanto, costumamos migrar aos poucos para essas atividades. Na medida em que começam a identificar uma placa isolada – como a figura de uma bola, casa, mão, pé, ou até mesmo algum personagem de desenho favorito -, entendemos que é possível iniciar as placas de justaposição com ela. E, posteriormente, as de pareamento.
Com a placa única é preciso iniciar testando contrastes, tamanhos e a que distância a criança enxerga e reconhece a imagem, aumentando gradativamente a sua complexidade. Ou seja, ainda que a criança tenha idade para fazer pareamento e justaposição, ela pode não apresentar respostas visuais para tanto. Por isso, primeiro a estimulamos para melhorar a qualidade funcional de visão.
Em geral, crianças com 1 ano e 6 meses já realizam boa justaposição. Em alguns casos até antes. Nessa mesma fase, começam a oralizar e interagir melhor, porém esse é um fator que sempre procuro respeitar muito, pois algumas crianças desenvolvem essa área mais rapidamente que outras.
Teste, ajuste, adapte…
Bem, quem já nos conhece sabe que somos adeptas a testagens e respeitamos muito a fase de desenvolvimento de cada um. Dessa forma, se a criança não oraliza eu opto por mostrar as imagens e instigar a mesma a encontrar o igual. Por outro lado, tem criança que responde muito bem aos estímulos e buscamos tornar as atividades mais desafiadoras.
Portanto, avaliamos continuamente suas habilidades visuais, perceptivas e cognitivas para:
- determinar a medida das placas e das figuras,
- escolher entre alto ou baixo contraste e quais nuances de cor,
- optar por figuras mais simples ou detalhadas,
- trabalhar com letras, números ou palavras, associados ou não a imagens,
- estabelecer a distância de visualização,
- definir a quantidade de figuras, etc.
Para não errar, a melhor alternativa é sempre ter um profissional que irá avaliar cada caso isoladamente. A partir das respostas recebidas, ele orientará os exercícios a serem realizados, usando ou não tampão, na escola e/ou pelos pais e cuidadores.