CONTEXTO E REALIDADE DA ESCOLA
Antes de qualquer coisa, é necessário entender a fundo a realidade da escola:
Qual o contexto atual da escola? Quais os seus diferenciais? O que precisa melhorar?
Um bom planejamento leva em conta diferentes aspectos – tanto internos quanto externos. Em termos gerais, a realidade interna diz respeito à infraestrutura da instituição, ao número de docentes e à sua qualificação, às principais dificuldades enfrentadas pela gestão pedagógica, entre outros pontos. A realidade externa, por sua vez, trata da interface com vários aspectos da comunidade escolar, como as famílias dos alunos e as necessidades locais, além de fatores relacionados ao mercado e ao governo.
Dessa forma, pode ser útil fazer uma pesquisa com as comunidades interna e externa a fim de compreender o contexto e a realidade escolares de forma precisa. O planejamento é o momento ideal para repensar a escola, rever as ações e os resultados passados para entender de forma global o cenário atual.
Uma vez que a realidade da escola é pensada, a próxima etapa é definir quais serão os objetivos que a instituição quer alcançar. Isso é fundamental porque todos os esforços e trabalhos devem ser conduzidos com base nesses objetivos, para que sejam de fato conquistados. Nesse contexto, é muito importante considerar todas as esferas escolares – a pedagógica, a administrativa e a financeira.
Os objetivos traçados devem orientar os professores, gestores e todos os demais envolvidos nas atividades escolares. Ao final do ano letivo será possível avaliar se as intenções da escola, propostas no início do ano, foram de fato alcançadas.
Nesse momento do planejamento, a escola deve definir os objetivos de conhecimento para cada segmento – que tipo de aluno se quer formar no final de cada ciclo.
Esses pontos vão ajudar a definir os objetos de conhecimento para cada disciplina e cada ano, ou seja, quais conteúdos serão de fato trabalhados em sala. A
escolha dos objetos de conhecimento deve levar em conta todo o ciclo de aprendizado, considerando-se quais conhecimentos prévios (conteúdos fundantes) se fazem necessários em cada etapa do ensino.
Além disso, é no projeto pedagógico que se deve deixar clara a intenção da escola com relação a métodos de ensino, avaliação e qualificação de professores, por exemplo. Em outras palavras, ele deve explicitar o que se espera de cada turma e também de cada professor ao longo do período letivo.
- DIÁLOGO COM TODA A EQUIPE
Um planejamento rico e bem estruturado deve partir uma ampla discussão e debate, uma vez que as experiências e pontos de vistas diferentes tornam o conteúdo do documento mais diverso e completo. Além disso, quando o planejamento conta com a participação de vários membros da comunidade escolar, têm-se mais contribuições para traçar estratégias voltadas para os objetivos desejados.
Para que a discussão em grupo funcione da melhor maneira possível, uma possibilidade é estabelecer uma relação de igualdade entre os participantes do debate, para que todas as opiniões sejam igualmente recebidas pelo grupo. A coordenação pode então assumir uma posição de mediação, reunindo todas as propostas levantadas e encaminhando-as a fim de se chegar a um consenso final.
Também vale ressaltar que o planejamento educacional formaliza um compromisso assumido por toda a escola. Sendo assim, a natureza democrática de sua elaboração pode contornar polêmicas e promover um engajamento maior de todos os envolvidos. Ao fazer com que todos se sintam incluídos no processo de elaboração, a importância do planejamento é reforçada, motivando toda a equipe a dar seu melhor para que ele seja de fato cumprido.
QUAIS OS BENEFÍCIOS DE UM BOM PLANEJAMENTO ESCOLAR?
Conhecidos os pontos mais importantes para a elaboração de um bom planejamento escolar, é válido refletir sobre quais as vantagens em fazê-lo. Ressaltar esses pontos junto à equipe ajuda a engajar todos no projeto.
GUIA PARA A COMUNIDADE ESCOLAR
Vale reforçar que o planejamento escolar resume um compromisso firmado pelo colégio, pontuando todas as atividades propostas para se atingir determinado objetivo. Além disso, os planos de ações gerados irão envolver questões relacionadas não apenas com a parte pedagógica, mas também com as diretrizes administrativa e financeira.
Isso significa que o planejamento escolar irá guiar a comunidade escolar durante todo o ano letivo a fim de que os objetivos propostos sejam alcançados. Assim, um bom planejamento ajuda na organização das tarefas, e consequentemente no aumento da produtividade de cada um.
CONTEXTUALIZAÇÃO E SENTIDO
Uma embarcação não se guia sozinha, não é mesmo? Ela precisa de um comandante e de uma tripulação. O comandante e a tripulação, por sua vez, costumam ter um plano de navegação que guia, orienta e dá sentido a cada missão, certo?
O planejamento escolar é como o plano de navegação. Ele é capaz de contextualizar as ações da escola e dar sentido ao que está sendo feito no dia a dia. A comunidade escolar, como comandantes e tripulantes dessa navegação, deve se empenhar para que o navio esteja sempre voltado para o objetivo final.
Portanto, um benefício do planejamento escolar é a sua capacidade de dar clareza e sentido às ações. Por exemplo, se o objetivo do colégio é melhorar o resultado do ENEM, fazer atividades diagnósticas continuamente com os alunos faz parte do plano para alcançar esse resultado. Ou ainda, se a escola organiza desde o início do ano um calendário de reuniões de pais, é porque tem como objetivo a aproximação da família com a instituição.
CUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS EXTERNAS
Outro benefício do planejamento escolar é a contextualização da escola e dos seus objetivos com a realidade externa. Isso acontece porque durante a elaboração do documento já é possível prever o cumprimento das exigências do Ministério da Educação.
Considerar essas diretrizes desde o princípio poupa o trabalho dos gestores pedagógicos durante o ano letivo. Logo, no decorrer das atividades, cabe apenas verificar se os requisitos propostos estão sendo atendidos. Dessa forma, com uma organização prévia das premissas legais, evita-se a possibilidade de deixar pra trás pontos relevantes ou a necessidade de reformulação por negligência de fatores importantes.
Vale lembrar, no entanto, que a realidade externa inclui não só exigências governamentais, mas também do mercado e das famílias dos alunos. É provável que durante a pesquisa inicial para se entender a realidade da escola sejam levantadas algumas questões e demandas novas, não é? É interessante que elas possam ser contornadas por meio do planejamento, garantindo que as novas exigências também sejam cumpridas.